A felicidade não pode ser encontrada de uma única forma, felicidade é uma questão de percepção. Ela pode ser encontrada no passado. Momentos felizes, lembranças de pessoas que amamos ou até mesmo em conquistas que tivemos, porém é um local perigoso de se estar. Não podemos nos demorar no passado ou correremos o risco de nunca sair de lá.

Podemos encontrar também na fartura. A felicidade de estarmos preenchidos, rodeados, principalmente de bens materiais, mas que também pode ser ardiloso o suficiente para nos prender. Estar envolvido com bens materiais faz com que tenhamos o tempo ocupado, mas não preenchido, causando não só o vazio interno, mas criando, também, relações vazias. Ao estarmos vazios, podemos ter pensamentos e ações que nos destroem e afastam de quem nos rodeia, e sem ao menos entender sua veracidade, distanciando qualquer possibilidade de felicidade e nos afundando cada vez mais na solidão e sofrimento. Nesse momento, talvez, possamos perder a esperança de ser feliz no futuro.

O futuro é incerto, mas acontece a cada instante. Não podemos idealizar e esperar que a felicidade aconteça amanhã ou daqui a dois anos. A felicidade também pode ser encontrada no hoje, no agora, no presente. E esse, acredito ser o melhor lugar para encontrá-la, pois estamos vivendo e não corremos o risco de nos perder entre lembranças e projeções.

Durante o percurso da vida, seremos desafiados por diversas situações e pessoas, mas isso é a vida acontecendo. Precisamos ter um certo jogo de cintura para enfrentar e desviar desses momentos, e se estivermos rodeados de pessoas que nos amam fica mais confortável, mas precisamos lembrar que assim como outras coisas na vida, ser feliz só depende de nós.

Se a felicidade não vier da forma mais genuína, tudo bem, felicidade não se mede, não se pesa, não se compara, não se acha com fórmulas, ela acontece. Só precisamos sentir.

Inspirado em “O Pássaro Azul” (1940, Walter Lang)

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